Resumo Biográfico do Patrono da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada
Tenente General Manoel Marques de Souza 1º
Manoel Marques de Souza 1º foi o primeiro filho do Rio Grande do Sul a governá-lo como província independente, a então Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, e a comandar suas Armas, embrião da atual 3ª Região Militar. Ainda, foi o primeiro gaúcho a atingir a maior posição na hierarquia militar da época, o posto de Tenente General, hoje General de Exército. Sua destacada carreira militar e a atuação em variadas e relevantes campanhas, em especial nas empreendidas na antiga Fronteira do Rio Grande, tornaram-no credor da tão significante honraria de ser escolhido para Patrono da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, tradicional Grande Unidade do Exército Brasileiro.
Nascido no ano de 1743, em Rio Grande-RS, apenas 6 anos depois da fundação da cidade pelo Brigadeiro de Infantaria José da Silva Paes, sentou praça aos 22 anos de idade no Regimento de Cavalaria de Milícias, em 1765, ingressando como Tenente, 5 anos mais tarde, na 1ª linha do Exército. Tinha início o período de sua vida de integral dedicação às lides castrenses, só interrompido por sua morte, em 1822. Assim, das Milícias do Rio Grande ao Comando das Armas da Capitania, foram cerca de 57 anos de significativos serviços prestados, quase que totalmente exercidos no atual Rio Grande do Sul, os quais em muito contribuíram para a demarcação e manutenção das fronteiras brasileiras, protegendo-as ou as reconquistando de invasores espanhóis em diversas oportunidades.
Ao longo de sua trajetória militar, evidenciou sempre notável vocação para a profissão das armas e um acendrado espírito guerreiro, os quais transmitiu ao filho e ao neto, seus homônimos e igualmente insignes partícipes da história da Fronteira do Rio Grande e do Brasil, tendo o neto sido consagrado como Conde de Porto Alegre. A despeito da primazia familiar, foi nos campos de batalha, longe de seus herdeiros, onde as qualidades de Manuel Marques mais se assinalaram.
Entre as principais campanhas das quais participou, ressalta-se a reconquista da Vila de Rio Grande, sua cidade natal, em 10 de abril de 1776, quando foi considerado herói ao dirigir sobre ela o ataque principal, na ocasião em que ocupava o posto de Tenente Ajudante de Ordens do Comandante do Exército do Sul. Como Coronel, comandou a Fronteira do Rio Grande e a sua Tropa - a Legião de Cavalaria Ligeira - na vitoriosa guerra de 1801, onde eliminou as guardas espanholas entre os rios Piratini e Jaguarão, as do Chuí e São Miguel e venceu o combate do Passo das Perdizes, incorporando, ao final, expressiva faixa do atual território brasileiro. Como Marechal de Campo, coube-lhe comandar a vanguarda da Campanha do Exército Pacificador da Banda Oriental em 1812, na qual obteve expressivas vitórias em Santa Teresa, Castilhos, Rocha e Maldonado, adotando a sua estratégia preferida de "atacar antes de ser atacado". Nas guerras contra Artigas, de 1816 e 1820, a qual contou com a participação de seu filho, prestou assinalado concurso ao esforço de guerra que culminou com as vitórias sobre Artigas na fronteira do Rio Pardo, em Catalão e em Taquarembó, além do apoio à Divisão de Voluntários Reais, enviada de Portugal, que conquistou Montevidéu.
Por seu valor indiscutível, seu dinamismo e liderança nas batalhas e imensurável contribuição para o estabelecimento e proteção da fronteira sul do País, o Tenente General Manuel Marques de Sousa foi imortalizado na História do Brasil e do Exército Brasileiro como paladino da defesa da integridade e da soberania do Brasil na Região Sul, região hoje em grande parte sob responsabilidade militar da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, a qual, merecidamente, presta-lhe uma homenagem assumindo a designação histórica de “Brigada Manuel Marques de Sousa 1º”.
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